terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

12 and counting...

Passado o carnaval, a vida deveria começar. Não no meu caso! Agora sim comecei a contagem regressiva e o ano só começará de fato depois do dia 07. Mas agora tá mais organizado, tudo praticamente resolvido. Passagens compradas, cursos pagos e confirmados, carro vendido... Falta só enviar pra Recife as caixas com as coisas que eu não consegui me desfazer. Pedaços de mim espalhados por ai... e nunca me senti tão inteira. Falta também descobrir como conseguirei levar só uma mochila pra passar tanto tempo - mas eu conseguirei. Afinal, a palavra é minimalismo.

Bem, eis meus destinos até agora confirmados:
Dia 07 de março me despeço de Brasília e aporto em Recife por uma semana - até dia 14/03.
Dia 14 embarco rumo a Buenos Aires, onde fico até dia 09 de abril.
Dia 09 de abril parto para o Chile e passarei 10 dias viajando com uma amiga, o roteiro ainda não está definido (aceitamos sugestões!).
Dia 19 começo a criar raízes em Santiago até o dia 17 de maio, quando me arrancarei de volta à terrinha - direto pro colo do Papai, dar um monte de beijo de Feliz Aniversário.
Dia 22 de maio embarco novamente ("...'cause I'm leaving on a jet plane...") com destino ao Velho Mundo. Fico em Londres até o dia 18 de junho. A partir do dia 18, tudo pode acontecer. Não tenho rumo. Provavelmente descerei pra Itália, mas ainda não há nada definido. A única coisa certa (será?!) é a data do retorno ao Brasil: dia 20 de setembro chego em Recife novamente.

Quem quiser se juntar, em qualquer trecho que seja, será bem-vindo. E aceito sugestões de roteiro também! :D

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

De centopéia a caracol

Em que momento da vida eu resolvi ser uma centopéia? Só me dei conta agora, quando cheguei na parte dos sapatos. Seis sacolas de sapatos pra doar, sem contar os que vão continuar comigo. Mais de 100 pares e eu só com dois pés. Dá até vergonha. Na minha fábula da vida real, a centopéia quer evoluir pro caracol, que leva a casa nas costas - e, seja onde estiver, está em casa.

Dores e amores

Mudar dói. Que mistura de sentimentos, de sensações. Minha cabeça tá mais bagunçada que a minha casa. Esse processo de escolher o que guardar e o que jogar fora tem sido bastante simbólico. E eu que já vivo em eterno conflito, então... Ontem, no meio da (des)arrumação, me deparei com um quebra-cabeças de mil peças montado a quatro mãos há alguns anos atrás. Sim, eu ainda hesitei antes, mas terminei por joga-lo fora. Ver o Cristo Redentor escorrendo pro lixo deu, primeiro, um tiquinho de angustia mas logo depois me senti leve.
O melhor(?) é que o quebra-cabeças nunca ficou completo - tinha uma peça faltando. Um pedacinho do céu.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Encaixotando Tatiana

Pois é. São inúmeras burocracias, vários pensamentos, muitos medos e algumas certezas. Licença deferida, cursos pagos, o passo agora é empacotar a vida. E quantas coisas eu tenho descoberto nesse caminho... o tempo anda completamente relativizado, o passado fica o tempo todo esbarrando no presente. No processo de fazer a vida caber nas caixinhas, tenho que jogar muita coisa fora - mas, afinal, assim é a realidade, não?! Pro novo poder entrar, há que se abrir não só a porta, mas também espaço pra que ele que possa ficar. O fato é que tenho me deparado com muitas Tatianas, algumas adormecidas, outras que já se foram, outras que sei que hão de voltar. Assusta ler a avaliação da professorinha, quando eu tinha 4 anos, falando da minha dificuldade de concentração e da minha incapacidade de receber elogios. Será que algumas coisas nunca mudam mesmo?
Mas, enfim, o verbo agora é reinventar. "... então vamos pra vida!"

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

O início

Na Carreira
Chico Buarque e Edu Lobo

Pintar, vestir
Virar uma aguardente
Para a próxima função
Rezar, cuspir
Surgir repentinamente
Na frente do telão
Mais um dia, mais uma cidade
Pra se apaixonar
Querer casar
Pedir a mão

Saltar, sair
Partir pé ante pé
Antes do povo despertar
Pular, zunir
Como um furtivo amante
Antes do dia clarear
Apagar as pistas de que um dia
Ali já foi feliz
Criar raiz
E se arrancar

Hora de ir embora
Quando o corpo quer ficar
Toda alma de artista quer partir

Arte de deixar algum lugar
Quando não se tem pra onde ir

Chegar, sorrir
Mentir feito um mascate
Quando desce na estação
Parar, ouvir
Sentir que tatibitati
Que bate o coração
Mais um dia, mais uma cidade
Para enlouquecer
O bem-querer
O turbilhão


Bocas, quantas bocas
A cidade vai abrir
Pruma alma de artista se entregar
Palmas pro artista confundir
Pernas pro artista tropeçar

Voar, fugir
Como o rei dos ciganos
Quando junta os cobres seus
Chorar, ganir
Como o mais pobre dos pobres
Dos pobres dos plebeus
Ir deixando a pele em cada palco
E não olhar pra trás
E nem jamais

Jamais dizer
Adeus